Uma Noite em Marrakech, Praça Jemaa el-Fna e os Souks


Vendedores de ervas, óleos e outros produtos naturais
                             


Ao cair da tarde, vamos em busca da praça mais movimentada de Marrakech, poderia se dizer que é o coração da Medina, a cidade antiga. A Praça Jemaa el-Fna ou Djemaa el Fna é onde se reúnem comerciantes, músicos, contadores de história, domadores de macacos, encantadores de cobras, malabaristas, acrobatas, dançarinos, mulheres berberes fazendo tatuagens de henna, pessoas do país e de várias partes do mundo.

É a partir das 16 horas que os souks começam a abrir e a praça fica mais movimentada, para mais tarde finalmente fervilhar, cheia de vida, de luz, de vozes dispersas cantando e conversando, de sons de instrumentos tocando músicas tradicionais, espetáculos, preces sendo proferidas e chamadas às orações nos alto-falantes das mesquitas. A vibração é indescritível.



                                                          A Praça Jemaa el-Fnaa

Da parte oeste da praça , onde ficam as charretes estacionadas, quase em frente à mesquita Koutoubia, vamos andando seguindo o pessoal, para a direção leste, no miolo da praça, onde estão os restaurantes, os souks e as demais atrações.








O antigo sendo enquadrado pelo moderno, no selfie da família com smartphone

Mesmo sendo noite, a caminhada é muito tranquila, não me senti insegura em nenhum momento, ainda que dizem ser bom ter cuidado com bolsas e carteiras. Temos que ter atenção com as motos, charretes e bicicletas que circulam na praça dividindo o espaço com tantos pedestres. É comum ver pelas ruas, motinhas carregando uma família inteira: pai, mae e dois filhos pequenos, todo mundo sem capacete, felizes da vida e dirigindo  "com emoção".

Eu não sabia para onde olhar, por causa de tanta informação ao mesmo tempo para os meus sentidos.






Uma parada na tenda de frutas, onde tomamos o famoso suco de laranja feito na hora, cujo preço oficial é 4 Dirham. Esse suco é a sensação da praça, ele é natural, saboroso e barato. Também pode-se pedir um mix de frutas, tudo sem álcool e muito gostoso!


                                                     Vai um suquinho de laranja?



Passamos pelo setor de alimentação da praça. Além dos restaurantes, também pode-se comer nessas barracas ao ar livre e provar da deliciosa gastronomia marroquina.

Um prato típico e tradicional dos países do norte da África e de Marrocos é o Tagine de carne de cordeiro, ou de frango, vegetariano ou de peixe. Também há o Cuscuz; a Pastilla ou bastilla; o Briouat que é uma massa folheada doce ou salgada recheada com carne ou queijo e especiarias; a Harira que é uma sopa bem forte de carne com grão-de-bico e ervas aromáticas.

O chá de menta é um símbolo da hospitalidade marroquina, faz parte da cultura e de seu estilo de vida. Até a maneira de serví-lo é especial e é preparado num bule específico, - o bule Berber ou Sufi.


                                O melhor Tajine que provei, no restaurante Riadomar, perto da praça, com um sabor e tempero todo especial. Dica de um marroquino que vendia sucos de frutas na praça.



                                                   Chazinho de menta, hospitalidade da casa.


Seguindo nosso passeio, entramos nos labirintos dos Souks. Aqui você se perde, se encontra e encontra absolutamente de tudo um pouco.


                                                                     Souk El Bahja


                                                             Mercado berbere tradicional



Saindo dos Souks, circulamos pela praça e perguntamos se podíamos tirar uma foto perto dos candeeiros. O vendedor falou francês, inglês, espanhol, até que acertou a língua e falou português, disse algums palavras e o nome de alguns times de futebol que ele conhecia. Deu para ver pela camisa do filho dele que é um fã de jogadores brasileiros.
Os comerciantes de Marrakech são quase todos poliglotas! 



Marraquexe, ou Marrakech, tem uma vida noturna excitante, toda envolvida por um clima do Oriente.

Essa cidade, antes habitada por agricultores, foi fundada por volta de 1062. Seu fundador foi um caudilho dos Almorávidas, que eram monges-soldados saídos de grupos nômades provenientes do deserto do Saara.
A cidade tornou-se então capital desses conquistadores nômades e também um grande centro cultural, econômico, religioso e político por um grande período de tempo. Foi importante centro de comércio entre o Magrebe e a África subsaariana. De Marrakech partiram os mouros que dominaram a região da Andaluzia, na Espanha. Mais tarde voltaram de lá alguns artesãos andaluzes de Córdoba e de Sevilha, que construiram e decoraram lindamente vários palácios da cidade de Marrakech.

Sua Medina, ou Almedina, é a cidade antiga fortificada que tornou-se Patrimônio Mundial da Humanidade da UNESCO, em 1985.



A Praça Jemaa el-Fna foi um local onde no passado realizavam decapitações públicas de malfeitores e também onde caravanas vindas do deserto vendiam e trocavam seus produtos.
Hoje em dia é ponto de encontro de várias tribos, ponte de ligação entre o passado, o presente e o futuro.


Clique aqui para ler uma crônica sobre Marrocos.

Comentários

  1. Leila, adorei o blog! Só senti falta de alguma cidade alemã. Tive vontade de experimentar a culinária local, principalmente de Marrakech. Parabéns! Bjs, Patty-Cáca.

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    1. Querida Patty-Cáca, que alegria te ver por aqui! Obrigada pela sua visita e seu comentário. Vou ainda escrever sobre alguma cidade alemã, com certeza!. Já escrevi sobre um passeio nas montanhas, no inverno gelado daqui, na postagem Allgäu, Bayern. Beijao e seja bem-vinda no meu cantinho.

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